04 dezembro 2010

Dilma anuncia mais três ministros

BRASÍLIA - A presidenta eleita, Dilma Rousseff, anunciou ontem três novos ministros para compor o seu governo. Ela confirmou o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci na Casa Civil, o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, na Secretaria Geral da Presidência, e o deputado federal José Eduardo Martins Cardozo no Ministério da Justiça. O anúncio foi feito por meio de comunicado, como ocorreu com a divulgação na semana passada da equipe econômica.

“A presidenta eleita orientou os futuros ministros a trabalhar de forma integrada com os demais setores do governo para dar cumprimento a seu programa de desenvolvimento com distribuição de renda e garantia da estabilidade econômica”, informou o texto divulgado pela assessoria de imprensa de Dilma.

A expectativa inicial era de que a equipe de transição anunciasse os nomes de mais seis ministros já escolhidos por Dilma. Entre eles estariam os nomes de três ministros indicados pelo PMDB, todos negociados com a cúpula do partido.

Em reunião na noite de quinta-feira, 2, no entanto, o partido concluiu que o ideal seria anunciar o nome de seus ministros em bloco, e não separadamente. Os peemedebistas avaliaram que o anúncio “fatiado” dos nomes acabaria dando a ideia de enfraquecimento do PMDB.

As indicações seriam a manutenção do atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi (SP), da cota pessoal do vice Michel Temer; o senador Edison Lobão (MA) que voltaria ao Ministério das Minas e Energia, por um acordo com grupo do presidente do Senado, José Sarney (AP); e Nelson Jobim, que também permaneceria no Ministério da Defesa. Jobim, embora do PMDB, teve como padrinho o presidente Lula.

Polêmicas

Coordenador da campanha de Dilma e da equipe de transição de governo, Palocci foi ministro da Fazenda durante a maior parte do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2006.

Em março de 2006, ele deixou o ministério em meio a denúncias de envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que o acusara de participar de partilhas de dinheiro numa mansão de Brasília. Em 2009, no entanto, o ex-ministro da Fazenda foi absolvido das acusações pelo Supremo Tribunal Federal.

Nascido em 1960 e formado médico sanitarista, Palocci foi prefeito de Ribeirão Preto por dois mandatos. No cargo, ele também foi acusado de receber propinas da máfia do lixo da cidade, que seriam repassadas para o PT, e de contratar irregularmente a empresa Instituto Curitiba de Informática (ICI). Foi julgado e absolvido nos dois casos. Atual chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho foi secretário da administração do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel. 

Helena Chagas deve assumir a Comunicação

Brasília (AE) - A jornalista Helena Chagas será a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Helena substituirá no cargo o também jornalista Franklin Martins.

Helena deverá adotar a mesma postura de Franklin, de não mexer com a verba publicitária do governo, que deverá continuar sob o comando do jornalista Ottoni Fernandes Junior, atual secretário-executivo da Secom, favorito para continuar no cargo

A equipe de transição de Dilma Rousseff chegou a estudar a possibilidade de transferir a gestão da verba publicitária para a Secretaria-Geral da Presidência, que será dirigida por Gilberto Carvalho, ou mesmo para a Casa Civil, que será capitaneada por Antonio Palocci. E até mesmo para o Ministério das Comunicações, que cuida de uma área mais ampla, que vai das telecomunicações e radiodifusão aos Correios.

Mas, pelo menos por enquanto, o assunto foi deixado de lado. Ao que tudo indica, o formato da Secom continuará como está. Assim, está afastada a ideia de que Helena passe a ter atividades semelhantes às exercidas por Ana Tavares, que durante o governo de Fernando Henrique Cardoso organizava entrevistas com o presidente e passava informações de bastidores.

PMDB quer anúncio em bloco da cota do partido 

Brasília (AE) - A insatisfação do PMDB com os rumos da composição ministerial impediu que a presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciasse hoje peemedebistas que farão parte de seu governo. Diante da rebelião do PMDB, a presidente eleita formalizou apenas os integrantes da chamada “cozinha do Palácio do Planalto” _ deixando para a semana que vem o anúncio em bloco dos nomes de todos os peemedebistas que vão integrar o primeiro escalão de seu governo.

Inicialmente, Dilma pretendia formalizar hoje os nomes dos peemedebistas Edison Lobão (MA), na pasta de Minas e Energia, e a manutenção de Wagner Rossi no Ministério da Agricultura. O

PMDB reagiu ao anúncio à conta gotas. A presidente eleita confirmou oficialmente hoje apenas a indicação de Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (secretaria Geral da Presidência) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça). O nome de Alexandre Padilha na pasta de Relações Institucionais deveria ter sido ratificado hoje, mas saiu da lista de confirmados no último momento.

A expectativa é que a presidente eleita consiga fechar o xadrez ministerial com os partidos aliados até meados da semana que vem O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), observou que o partido espera ganhar outros dois ministérios para compensar a perda da pasta da Integração Nacional, que deverá ir para o PSB, e das Comunicações, que ficará provavelmente nas mãos do petista Paulo Bernardo. “A diferença agora é essa: o PMDB se preocupa com o conjunto do futuro ministério. Não briga mais”, afirmou. 

A decisão de brecar o anúncio de fragmentado dos ministérios do PMDB foi acertada na madrugada de ontem em uma reunião entre o futuro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, Temer e os líderes do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara. O receio dos peemedebistas é que a formalização de apenas dois nomes da legenda no futuro governo acabasse enfraquecendo o partido nas negociações ministeriais. Afinal, uma parte do PMDB seria contemplada imediatamente, enquanto o restante perderia “poder de fogo” para negociar mais espaço no governo. 

O PMDB reivindica cinco ministérios: dois com indicação da bancada da Câmara e outros dois com os titulares escolhidos por senadores. O quinto ministério seria uma indicação do vice-presidente eleito e presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP). 

Presidenta eleita pede definição no PR

Brasília (AE) - Antes de nomear o ministro da cota do PR, a presidente eleita, Dilma Rousseff, resolveu exigir que os integrantes da legenda se entendam sobre o nome que querem ver na equipe de governo. Dilma e o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), reuniram-se na noite de quinta-feira, mas nada ficou decidido porque não há um acordo no partido.

A própria Dilma gostaria de nomear Nascimento para o Ministério dos Transportes - por enquanto, o favorito para o posto -, mas não o fez ainda porque chegaram até ela reclamações da bancada de deputados, que reivindicam o posto para Luciano Castro (RR).

Como o PR elegeu 41 deputados - um número de votos que não pode ser de forma nenhuma desprezado pela presidente -, estes se acham no direito de reivindicar a pasta. Acontece que Dilma é amiga de Nascimento e pediu a ele que negocie um acordo. Os dois devem voltar a conversar na semana que vem.

Quem passa por situação semelhante é o PP. A bancada da Câmara não aceita nem ouvir falar na manutenção do atual ministro das Cidades, Márcio Fortes. Os deputados querem que ele seja substituído pelo ex-líder, o deputado baiano Mário Negromonte, que tem o apoio do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).

De acordo com informação do partido, tanto o futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, quanto o presidente do PT, José Eduardo Dutra, já foram procurados pelos deputados do PP que, por unanimidade, pediram a troca do ministro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário