Prefeitos apóiam proposta que fortalece atendimento
Mossoró - Os prefeitos das cidades que vão ter reforços nos hospitais regionais concordam e apóiam a proposta do secretário Domício Arruda e da subsecretária Ana Tânia, da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, de municipalizar 14 dos 23 hospitais regionais do Estado. Já os prefeitos dos municípios que os hospitais serão municipalizados, preferiram analisar melhor a proposta, considerando o alto custo de manutenção.
A proposta foi lançada pela subsecretária Ana Tânia na edição do Jornal De Fato da semana passada. Na ocasião, a subsecretária destacou que os municípios que assumirem os hospitais regionais de pequeno porte não vão ficar desassistidos. Segundo ela, dentro da proposta, o município vai gerenciar o hospital dividindo os custos de manutenção com o Estado. Estas unidades vão receber apoio para aumentar a produtividade.
Para o prefeito de Pau dos Ferros (27 mil habitantes), Leonardo Rêgo, a ideia é ótima. Segundo ele, a governadora Rosalba Ciarlini está disposta a mudar o quadro caótico da Saúde na capital e no interior. “Observamos essa postura quando ela escolhe uma equipe eminentemente técnica para comandar a pasta de saúde e como consequência esta equipe tem um perfil de trabalho que se destaca pelo empenho e a dedicação ao trabalho”, diz Leonardo Rêgo, citando Domício Arruda e Ana Tânia, secretário e subsecretário de Saúde do RN.
Para o prefeito Leonardo Rêgo, a proposta do governo de pegar oito regiões do Estado e reforçar seus hospitais regionais é o correto para melhorar o serviço de saúde no Rio Grande, tanto no interior como na capital. “Atualmente, o Hospital Regional de Pau dos Ferros, por exemplo, só servia de base para enviar os pacientes de média e alta complexidade para o Hospital Regional Tarcísio Maia, de Mossoró, ou para o Walfredo Gurgel, em Natal. Com a proposta, os atendimentos serão feitos aqui mesmo. Isto é mais humano para o paciente e menos custo para o Estado”, destaca o prefeito.
A opinião de Leonardo Rêgo é compactuada com a do prefeito Ivan Junior, de Assu, que tem cerca de 55 mil habitantes. Segundo Ivan Junior, o Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos estava praticamente parado, pois não havia médicos nem para atender baixa complexidade, imagine média e alta. Os pacientes geralmente socorridos nos municípios do Vale do Açu pelas ambulâncias dos municípios passavam direto para o HRTM, em Mossoró, ou na direção do Walfredo Gurgel, em Natal, enquanto que em Assu havia uma ótima estrutura hospitalar, mas sem médico.
Em Mossoró, o gerente Francisco Carlos, de Cidadania, disse que ainda não conhece a proposta a fundo de reforço dos hospitais regionais de oito regiões do Estado e nem de municipalização dos demais 14 hospitais regionais e, portanto, ainda não vai emitir opinião. No entanto, com relação ao serviço estadual de saúde, Francisco Carlos destacou que o sentimento na Prefeitura Municipal de Mossoró é de se aproximar o máximo possível à administração estadual, no sentido de firmar parcerias para melhorar o atendimento em Mossoró nos setores ainda carentes.
Já os prefeitos dos municípios, que provavelmente os hospitais regionais serão municipalizados, falaram com cautela sobre o assunto. O prefeito Ademar Ferreira, de Caraúbas, diz que a prefeitura está disposta a ampliar as parcerias tanto com o Governo do Estado como o federal para melhorar o serviço de saúde pública no município. Sobre uma possível municipalização do Hospital Regional Aguinaldo Pereira, o prefeito disse que prefere se inteirar melhor de como vai acontecer este processo, considerando que a prefeitura tem poucos recursos.
A prefeita Gorete Pinto, de Apodi, não foi encontrada ontem para comentar sobre uma possível municipalização do Hospital Regional Hélio Morais Marinho. O secretário de Saúde Ivanildo Lima disse que o município não tem uma opinião formada a respeito do assunto. Informa que assim que tiver um contato com o secretário Domício Arruda e a subsecretária Ana Tânia, vai se informar melhor sobre esta possível municipalização para só então comentar o fato.
Hospital virou comitê do PSB, afirma prefeito
O prefeito Leonardo Rêgo aproveitou o contato com a reportagem para tecer duras críticas aos atuais administradores do Hospital Regional Cleodon Bezerra, de Pau dos Ferros. Segundo ele, a unidade hospitalar construída para atender a população de 36 cidades do Alto Oeste estava servindo nos últimos seis anos apenas como “comitê regional do PSB”, diz.
A melhora no funcionamento do Hospital Regional do Alto Oeste, segundo Leonardo Rêgo, está diretamente ligado a uma mudança geral no comando do hospital. Para ele, a subsecretária de saúde do Alto Oeste, que terá no comando Dorinha Bulamarque, será fundamental para dar à região um atendimento de saúde digno. “Precisamos de gerência e Dorinha é o nome”, diz.
Ainda conforme o prefeito, “lá dentro do hospital regional estão os ex-prefeitos do PSB das cidades aqui próximos a Pau dos Ferros. Eles recebem plantões sem dar expediente. A atual gerente do hospital regional desenvolve um trabalho eminentemente político. É este quadro que precisa ser substituído por pessoas com o perfil estritamente técnico”, diz Leonardo Rêgo.
Leonardo Rêgo diz que a escolha de Rosalba por Dorinha Bulamarque, que já tem experiência com saúde pública, foi muito importante para a região, especialmente porque vai atuar com mais autonomia para contratar especialistas. “A principal necessidade no Alto Oeste Potiguar são anestesista, cardiologia e ortopedia. Quando raramente tem um, falta o outro. O cardiologista ou o ortopedista não funciona sem o anestesista e vice-versa”, destaca o prefeito.
Fonte : Tribuna do Norte
