22 novembro 2010

Patu é exemplo em uma materia do jornal correio braziliense.


Inspirados em manobras usadas por políticos com a ficha suja, prefeitos cassados pela Justiça continuam dando as cartas nos grotões do país. Com apoio popular, eles driblaram o revés judicial e mantiveram o controle administrativo de suas cidades atuando de forma decisiva para eleger lideranças do mesmo grupo político ou até mesmo candidatos laranjas. A manobra foi usada de forma mal-sucedida pelo ex-governador Joaquim Roriz (PSC-DF), que, impedido de disputar a eleição, lançou sua mulher, Weslian Roriz (PSC), para o governo.

Juridicamente, não existe nenhuma irregularidade nisso, já que a eleição foi decidida pelo voto. Sem impedimento legal, vários prefeitos abocanharam ainda um cargo comissionado na administração municipal. Alguns viraram secretários de governo, outros foram acomodados em autarquias de segundo escalão, todos nomeados por seus apadrinhados.

Em Patu, no Rio Grande do Norte, a crise política local terminou com final feliz para o prefeito cassado. Condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por desvio de verba do governo federal, Ednardo Benigno (PSB) venceu a disputa pela terceira vez, mas foi impedido de permanecer no cargo. Contudo, elegeu sua mulher, a dona de casa Evilásia Gildênia de Oliveira (PSB). Depois de perder o mandato, ele foi nomeado pela mulher para o cargo de secretário de Saúde.

No estado de Sergipe, a população de Neópolis elegeu o sobrinho do prefeito cassado. Com 62% dos votos válidos, Marcelo Guedes (PTB), 28 anos, venceu a disputa fora de época com o apoio do tio, o ex-prefeito Carlos Roberto Guedes (PTB), o Carlinhos, condenado por ter desviado combustível da prefeitura para utilizar em sua campanha eleitoral.

Marcelo concorreu contra o ex-prefeito Aminthas Diniz (PDT). Ocorre que Diniz, no meio da disputa, chegou a anunciar a retirada da sua candidatura, atitude que não foi tomada oficialmente. “Foram apenas boatos. Minha candidatura não foi favorecida por isso. Na verdade, a população não concordou com a condenação do meu tio e me deu uma chance. Ele foi cassado injustamente”, minimizou.

O tio Carlinhos foi nomeado para o cargo de chefe de gabinete do novo prefeito. “É um posto de confiança. Ele (o tio) me ajuda muito porque tem muita experiência política, são mais de 15 anos de vida pública”, argumentou o prefeito.

Minas
Estado da Federação com o maior números de municípios, Minas Gerais já realizou 20 eleições suplementares. Em Ponto Chique, no norte do estado, Augusto Gonçalves Ramos Filho (PMDB) elegeu a sua mulher, Íris Pereira Ramos (PMDB). Professora da rede estadual, Íris foi eleita com José Geraldo Alves de Almeida (PMDB), que também já foi vice-prefeito do marido. O prefeito cassado ocupa o cargo de secretário de Administração e Finanças. “Não confirmo nem nego. Não gosto de dar entrevista por telefone. Se você quiser, nós marcamos um horário e você vem até aqui na prefeitura”, despistou a nova prefeita.

Em Francisco Sá, também no norte de Minas, Antônio Soares Dias (PTB) ficou sem o mandato em função de condenação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Mas nem por isso o petebista perdeu espaço e influência política. Ele elegeu prefeito seu ex-vice, José Mário Pena (PV) e, de quebra, abocanhou um cargo de primeiro escalão da prefeitura, que, agora, é comandada por seu aliado. Dias virou diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto do município. O cargo comissionado lhe rende R$ 3 mil mensais.

Condenado por ter desviado verbas destinadas à construção de banheiros em Cândido Sales, cidade localizada a 600km de Salvador, o ex-prefeito Eduardo Oliveira Pontes, o Dudu (DEM), perdeu o mandato, mas está duplamente representado na prefeitura. O democrata apoiou a eleição de sua amiga, a professora Sidélia Lemos Dias dos Santos (PR), e ainda emplacou um ex-companheiro de chapa, o comerciante Adailson Santos, o Dadai (PSC), na vice.

Em Roraima, na cidade de Bonfim, Tiririca (DEM) foi deposto do cargo acusado de má aplicação de verbas. Ele teve as contas rejeitadas em 1999 e em 2000, quando governou a cidade pela primeira vez. Mesmo tendo ficado inelegível, Tiririca pode se considerar um vitorioso. Isso porque seu ex-vice, Domingos Santana Silva (PV), venceu a eleição extemporânea da cidade com 2.386 votos, enquanto a segunda colocada, Maria Kátia Cabral da Silva (PR), obteve 1.674 votos
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Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

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