15 novembro 2010

Ministro defende que Enem tenha duas edições no próximo ano !

Decisão, entretanto, depende do próximo governo, afirma Fernando Haddad
 
 
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (12), em Recife, estar mantida para o próximo ano a intenção de realizar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em duas edições.
- Vamos deixar o projeto pronto, mas ele terá de passar pelo crivo do próximo governo.
Ele lembrou que o exame só não ocorreu em duas edições neste ano devido à ocorrência de fraude no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), realizado pelo Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos), que integra o consórcio responsável pela aplicação do Enem. A outra organizadora que integra o consórcio é a Cesgranrio.
O governo esperou a conclusão do inquérito da Polícia Federal para, confirmado que o instituto nada tinha a ver com o problema, retomar os entendimentos com o consórcio, o que demandou tempo. 
Ele observou que o exame norte-americano similiar ao Enem, chamado de SAT, começou realizando uma prova por ano - hoje, realiza sete exames no ano.
- O presidente Lula está correto ao defender várias edições do Enem ao ano.
Para Haddad, aplicar o Enem várias vezes ao ano vai diluir problemas e falhas. Segundo o ministro, ao acatar o recurso da AGU (Advocacia Geral da União), visando derrubar a liminar que suspendeu o Enem, o Judiciário "consolida um processo de assimilação de tecnologia educacional"
- É possível aplicar provas distintas em dias distintos sem ferir o princípio da igualdade. 
Para o ministro, que deu entrevista na sede do TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região), a agilidade do Judiciário - o tribunal divulgou a decisão antes da chegada do ministro ao Recife - garante que o cronograma do Enem seja mantido, com o resultado final do exame sendo divulgado em 15 de janeiro. 
Ainda sem data definida para a reaplicação da prova aos estudantes que foram prejudicados por erros no caderno amarelo, realizada no sábado, Haddad garantiu que não haverá coincidência com a realização de outros vestibulares e concursos.
- Ninguém será prejudicado.
O desafio, agora, será o de identificar os estudantes que irão fazer a nova prova, o que será feito pelo consórcio responsável pelo Enem.
 - Vamos ter de fazer leitura eletrônica de todas as atas de 113 mil locais, um trabalho difícil, minucioso, que já se iniciou.
Somente depois deste levantamento se terá o número exato de estudantes nesta situação. Até ontem, de acordo com o ministro, o MEC havia recebido 165 reclamações através de e-mail e 0800. A expectativa é que número total fique em torno dos 2.000.
Nenhum dos casos problemáticos foi identificado em São Paulo, que concentrou 20% do total de 3,3 milhões candidatos de todo o país.
Falha gráfica
Para Haddad, o único erro da atual edição do Enem foi "falha gráfica". Tanto, segundo ele, que o consórcio responsável (Cespe e Cesgrario) assumiu a responsabilidade e fará a nova prova sem nenhum custo aos cofres públicos.
Ao comparar com o Enem do ano passado - quando houve vazamento e remarcação da prova - o ministro avaliou que, neste ano, "houve melhora em quase tudo".
Haddad citou melhoria na segurança, no cronograma, nas inscrições - "Não tivemos problema de inscrições, o site suportou milhões de acessos por minuto" - e destacou que só existiram três problemas de alocação de aluno em sala de aula.
- A evolução foi muito grande. [Mas] sempre tem espaço para melhorar.

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